Eu sou um trovão que rola, a chuva que cai
Estou chegando como um ciclone
Meus relâmpagos reluzindo no céu
Você é apenas um jovem, mas vai morrer...
Sim, algumas agremiações têm peculiaridades. Mas essa pequena equipe de Hamburgo é realmente inigualável. Querem uma prova? As palavras que começam este texto, por exemplo. É a tradução dos versos iniciais de Hell’s Bells, clássico da banda de heavy metal AC/DC. É o som tocado no Millertorn-Stadion quando os jogadores entram em campo usando os inconfundíveis uniformes marrons. E quantos clubes que você conhece usam camisas dessa cor?
“É uma experiência que nem sei como descrever. É time como nenhum outro no mundo, acho”, arrisca o atacante Marius Ebbers.
Pois na temporada 2010-2011 do Campeonato Alemão o St.Pauli estará mais na moda do que nunca. Vice-campeão da segunda divisão, conseguiu acesso para a Bundesliga.

“Em pouco mais de um ano, passamos a ter torcida com perfil específico. Tivemos alguns resultados adversos com a bola rolando, mas não paramos de crescer”, constata o chairman (o chefe da diretoria) Corny Littman.

Pois na temporada 2010-2011 do Campeonato Alemão o St.Pauli estará mais na moda do que nunca. Vice-campeão da segunda divisão, conseguiu acesso para a Bundesliga.
O símbolo adotado pelos fãs é uma bandeira de pirata, com crânio e ossos em forma de X. Ficou mais conhecido do que o escudo oficial. São os “rebeldes”, como foram apelidados pela imprensa. E o carisma por ser “alternativo” atraiu uma legião de jovens identificados com a visão de futebol de “punk rock”. “Estamos crescendo. Não somos mais uma utopia social. Vamos nos encaixar à realidade, sem perder nossa identidade”, defende o ex-jogador e atual técnico, Holger Stanislawski.
Fundado em 1889, o St.Pauli levou quase 100 anos para perceber qual o caminho para o sucesso. Pelo menos fora de campo. Na metade da década de 1980, a diretoria levou a sede para a área das docas de Hamburgo. Não exatamente o local mais bem frequentado da cidade. Era bem próxima ao Reperbahn, a zona de prostituição local. O time, porém, soube aproveitar mudança tão pouco usual e começou a atrair cada vez mais seguidores, identificados com a filosofia esquerdista politicamente e dispostos a tornar cada partida em ambiente festivo e musical.
“Em pouco mais de um ano, passamos a ter torcida com perfil específico. Tivemos alguns resultados adversos com a bola rolando, mas não paramos de crescer”, constata o chairman (o chefe da diretoria) Corny Littman.
Colaborou para isso o St.Pauli ter sido pioneiro em banir manifestações nazistas no seu estádio. Ajuda também o clima de diversidade cultural e confraternização reinante. O Millertorn tem uma cafeteria onde elenco e aficionados podem se encontrar e conversar sobre o jogo minutos após o apito final.
Mas mesmo no mundo punk rock do distrito da luz vermelha (e esquerdista), as coisas estão mudando. Em 2012, o clube terá novo Centro de Treinamento. O estádio vai passar a receber 27 mil espectadores. Atualmente são 22 mil. Patrocinadores fizeram com que a diretoria aumentasse o orçamento, neste ano, em 40 milhões de euros (R$ 92,4 milhões). Uma diferença e tanto. Em 2004, bandas inglesas de punk em Birmingham organizaram festival para arrecadar dinheiro que ajudou a salvar a equipe da falência.
Até o tradicional placar manual, orgulho dos fãs, foi desativado. Se bem que o eletrônico, inaugurado em 2007, foi feito para que seja bem parecido com o antigo xodó do público. Que não são poucos fora da Alemanha. O St.Pauli tem cerca de 200 associações de torcedores espalhadas pelo planeta.
Embora o exemplo alemão seja o caso mais extremo, há outros clubes capazes de unir pessoas por afinidades que vão além da simples escolha futebolística. Quem também recebeu o apelido de “rebelde” foi o FC United of Manchester, criado por torcedores do Manchester United descontentes com a venda dos Diabos Vermelhos para o magnata americano Malcolm Glazer. Estão na sexta divisão da Inglaterra. O Bradford City está na quarta e é representante das comunidades paquistanesa e indiana que vivem fora de Londres. Na cidade onde atuam os Bantams, 20% da população são representadas por pessoas dessas nacionalidades.
Para não sair do Reino Unido, a rivalidade Rangers e Celtic é famosa pela questão religiosa. Mas não é apenas isso. Este último é o time dos irlandeses do sul, que deixaram o país na época da grande fome e foram para Escócia e América. Dos nove milhões de torcedores, um milhão está nos Estados Unidos. É representante mundial da Irlanda da mesma forma que o U2, por exemplo. “É a equipe que une seus torcedores no exterior justamente pela sua raiz nacional. E não há como fugir disso. É muito mais que um clube de futebol ”, defende o escritor Brian McGuirk, autor do livro “The Ireland Connection” (sem lançamento no Brasil).
Celtic está associado aos irlandeses assim como Ajax (na Holanda) e Tottenham (na Inglaterra) com a comunidade judaica. Mas no primeiro caso, o fenômeno é curioso. Mesmo quem não é judeu e torce pela agremiação de Amsterdã, carrega símbolos com a estrela de Davi. Quem é da religião, não tem coragem de ir muitas vezes aos estádios por causa dos cantos anti-semitas das outras torcidas. “Isso virou quase uma coisa de folclore. Não é questão religiosa, nem política. Eles apenas dizem: sou torcedor do Ajax, então sou judeu”, afirma o jornalista holandês Henk Spaan.
Paolo Di Canio gostaria de roubar a frase, mas adaptá-la às suas convicções. Ídolo da Lazio, clube favorito do antigo ditador Benito Mussolini, ele é a cara dos Ultras, os torcedores mais violentos da Itália. “Eu sou fascista”, já disse mais de uma vez. Já quem acompanha o Assyriska, da segunda divisão sueca, preferiria afirmar: “sou assírio”. Porque é mesmo. O time foi fundado, é dirigido e tem seus fãs entre pessoas da etnia assíria que saíram da Síria, Iraque, Irã e Turquia. Como não há apenas um país que una todos eles sob uma mesma bandeira, enxergam no Assyriska a seleção que os representa.
4 comentários:
Já ultrapassamos UM MILHÃO E DUZENTOS MIL visitantes desde do lançamento do LP.
Graças a troca de links! Instale agora e receba tráfego de mais de 396 blogs!
Seu link já foi publicado! Sabia que agora o prêmio é de R$ 1.000?
A troca de links já esta disponível ... aqui>>>>>> http://www.linkpremiado.com.br/link/troca aproveite!
Atenciosamente.
Antoani/Equipe Link Premiado
http://www.linkpremiado.com.br
nao me lembro o nome no momemento,mas tem um time russo que nao tem torcedores e nem jogadores negros/morenos
o Zenit o ganhador até a pouco tempo da Copa da Uefa
O Rangers tambem não aceita jogadores negros e católicos.
Postar um comentário